quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Quero o amor de Lisbela.".

Essa não é uma história comum, é a história de um homem e sua Flor.
O jardineiro não tinha um jardim como o dos outros, cheio de vida e colorido. Seu jardim era pobre em água, pobre em vida e não existia nada que o alegrasse. O jardineiro já não sabia mais sorrir, muito menos sabia o que era cantar. Seu jardim já tinha sido martirizado por muitas outras pessoas, tinha sido pisoteado, e muito, mas muito rebaixado pelos que ali passaram em seu jardim. O que faria aquele pobre jardineiro? Afinal, onde já se viu um jardineiro ser alegre sem um jardim? Ele, então, decidiu que ia se fechar, não criaria mais um jardim, mas se deixaria ser levado pelo pó que o vento trazia ao seu rosto e se misturavam com suas lágrimas. Pobre jardineiro, mal sabia ele que viria uma grande tempestade pra deixa-lo ainda mais triste. A tempestade destruira o que já não tinha, e ali, o que tristeza se tornara solidão. Então a tempestade se foi e ele por ali padecendo aos poucos, não sabia mais nem como se levantar ou como sorrir. Buscava em muitos outros meios algum jeito de dar um sorriso sincero ou um jeito de buscar sua esperança novamente, mas nada encontrou. Decidiu então olhar seu jardim que sempre lhe deu tantas alegrias, mas que foi tão destruído. Andando por entre a poeira que ali levantava a cada passo seu, pode ver algo que pensava ser uma ilusão, o que poderia ser aquilo que parecia tão cheio de vida? Pensava ele a cada passo que dava. E assim, foi aumentando a velocidade de suas passadas, já com as lágrimas escorrendo de seu rosto por não acreditar que ainda poderia existir em seu jardim uma esperança.
Chegando ao lugar que ele encontrara esse algo estranho, avistou uma Flor. Flor essa delicada e com alguns espinhos, verdade. Meio complicada de se pegar, mas tão linda de se ter. O sorriso que surgira na sua face, se misturava as lágrimas de emoção que caia no seu rosto, afinal, ele não sabia o que era verdadeiramente o que sentia naquele momento. Decidiu então colher aquela pequena Flor e levar pra dentro de sua casa. A Flor além de delicada era muito bonita, mais bonita entre qualquer flor de qualquer jardim. Era a mais radiante entre todas as outras. Tinha suas pétalas macias, mas não conseguia florir por medo daquele pobre jardineiro, que num ato de coragem lhe prometera amor, afeto e que jamais deixaria morrer dentro de sua casa, já que ali poucos haviam habitados e conhecido cada detalhe seu, como seus sonhos, seus projetos, seus anseios e medos. Então em volta de sua Flor, fez as mais belas cantigas e os mais belos poemas. Decidiu chama-la de Lisbela. Nome esse que tinha significado tamanho pra ele, já que, era um nome que deixava em segredo a identidade de ambos. Apesar de algumas desconfianças e de ainda ter receio de algumas coisas, a Flor se deixava aparecer cada vez mais, florindo cada dia mais um pouco e fazendo o jardineiro outra pessoa. Ele voltara a ter coragem para começar um novo jardim, e assim o fez. Dia e noite já podia se escutar a cantoria daquele homem que trabalhava para montar um novo jardim, apesar das tempestades e das pragas querendo destruir de novo. Todos os dias aquele jardineiro voltava a sua casa para ver como andava Lisbela e para lutar pelo seu amor. Ele já não queria mais muita coisa em troca, sabia que seu jardim era ainda algo pra ser construído devagar, um passo de cada vez e nada mais. Só que a unica certeza de que ele tinha, era que entre todo o seu jardim e toda sua moradia, a coisa que ele mais tinha de importância e de mais belo era sua Flor, Lisbela. Fez uma promessa a si mesmo: Não ia mais chorar pitangas e nem deixar se derrubar por qualquer chuva que viesse, apenas ia querer o amor de Lisbela.

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